O Sado, em boa parte, permanece oculto por força da exuberância do seu próprio estuário e da assimetria geográfica entre as regiões da nascente e da foz. Essa mesma assimetria motivou este trabalho, que, não pretendendo fazer uma documentação sistemática, mantém, no entanto, a ordem geográfica do fluxo na sequência das imagens, cuja localização é assinalada em legendas individuais e em mapa na última página. É um percurso pessoal que nasce do espanto pela constatação das múltiplas identidades de um rio com o qual se mantém um convívio tão intenso como localizado.
As imagens colhidas pelo Bruno Elias convidam-nos a parar e suspender a avidez de sensações rápidas, que nos nossos dias marca o passo em toda a actividade humana.
Aqui temos um rio que começa incerto, em terras aplanadas pela erosão, na confluência de riachos já mansos à nascença. Podemos espreitá-lo através de matagais densos ou adivinhá-lo, oculto, sob tapetes de plantas aquáticas. Somos convidados a atravessá-lo sobre um pontão de madeira improvisado ou sobre a estrutura metálica de uma ponte levadiça.
Nas margens podemos ver hortas ou pilares de obras inacabadas. E experimentar o silêncio que a por vezes imperceptível corrente permite.
Para ver devagar.
Pontos de venda:
Livraria Uni Verso, Rua do Concelho, Setúbal
Livraria Hémus, Rua Serpa Pinto, Setúbal
Visor pelo mail jonatas@krrastzepy.pt